Os Albaluna nasceram em 2010 e são uma banda de música do mundo com origem na cidade de Torres Vedras, no distrito de Lisboa. As influências têm sido várias ao longo dos anos: música tradicional portuguesa, sons medievais, rock progressivo, folk, música turca, árabe e afegã.

Depois de em maio do ano passado terem lançado o single "Mercador de Ilusão", chega agora o novo álbum, "Ennead".

Tudo o que tiver história e permitir explorar instrumentos tradicionais étnicos — ou adaptar os mais comuns e transversais a várias culturas — serve de mote a esta banda. E as novas músicas são prova disso.

"A origem do nome deste álbum prende-se com o caráter conceptual do mesmo, sendo uma sequela do antecessor 'Heptad', de 2021. 'Ennead' é uma palavra proveniente do grego que se refere a algo que é agrupado em nove. Um exemplo de uma 'Ennead' muito famosa é um grupo de nove divindades egípcias. Sendo que este álbum é composto por nove temas e toda a temática é em torno das culturas do mediterrâneo, fez-nos todo o sentido", começa por explicar Ruben Monteiro, um dos elementos da banda, ao SAPO24.

Segundo o compositor, "Ennead" tem "influências de várias culturas do mediterrâneo, compassos compostos e irregulares, sistemas musicais microtonais, instrumentos tradicionais, instrumentos elétricos, música com muita intensidade e emoção mas também temas mais introspetivos e tranquilos".

Visto como o "melhor bilhete de identidade" da banda, este álbum está já disponível em todas as plataformas digitais e terá o seu lançamento a 11 de maio, sábado, no RCA CLUB em Lisboa, com a presença de convidados especiais.

Para a banda, este vai ser um momento de mostrar como "a palavra poética portuguesa" consegue "deambular entre a voz nostálgica e o grito de protesto".

Um álbum que se quer tocado ao vivo

Se no início do projeto os Albaluna davam primazia apenas aos instrumentais, agora "a principal diferença prende-se com o foco na canção". Neste álbum, surge "uma cor mais negra e densa, onde o nosso lado mais 'rocker' se expõe sem reservas. A sanfona ganha uma importância cada vez maior e quase todas as composições nasceram para este instrumento", frisa Ruben. Mas há exceções: "'A Vigília' e 'Sob o Manto Diáfano da Fantasia' foram compostas em Cura Bağlama turca".

"Esta atitude mais 'rocker' nas composições e, também, no som de estúdio da banda preenche-nos um lugar importante e comum naquilo que a banda revela ao vivo, e que tem vindo a abraçar cada vez mais seguidores em todo o mundo. Ao vivo sempre tivemos e temos uma atitude sem reservas e quisemos transpor isso mesmo neste álbum. Em suma, este disco foi composto para ser tocado ao vivo, na íntegra", conta.

"Penso que é, principalmente e mais do que tudo, um caminho livre de preconceitos com a música e connosco próprios. No meu caso, como compositor, estudei e estudo diferentes sistemas musicais, principalmente da Turquia, Árabes, dos Balcãs e do Afeganistão, mas sou um fã assíduo do rock e metal progressivo. Durante algum tempo confesso que tinha algum receio em fundir todos estes universos e de ser mal interpretado. De momento sinto-me completamente livre em relação a isso e utilizo, à minha maneira, todas as ferramentas musicais que fui adquirindo ao longo da minha vida", evidencia Ruben Monteiro.

Nesse sentido, justifica o que torna esta banda diferente. "A riqueza é o fator de distinção do som dos Albaluna. Toda a banda segue o mesmo espírito e têm-se munido, cada um deles, de um discurso musical cada vez mais abrangente, o que nos permite fazer música sem limites. Queremos ir para onde a imaginação e a criatividade nos levarem. Conforme o que vamos sentindo em cada fase da banda, enquanto grupo, enquanto indivíduos. Totalmente influenciados pelas nossas viagens em banda, seguimos aquilo a que chamam de rock étnico progressivo", remata.

De Portugal para o mundo

Apesar de o lançamento oficial ser em maio, os Albaluna já iniciaram a promoção deste álbum ainda antes da sua estreia. "Em fevereiro abrimos o ano com um concerto no Teatro da Benedita, em março passámos pelo Festival Sons de Vez, com o nosso amigo Ricardo Gordo à guitarra portuguesa, e estamos agora em Izmir, na Turquia, para tocar na maior e mais importante sala da cidade, onde faremos o lançamento online de 'Ennead'", nota Ruben Monteiro.

"Nos próximos meses iremos ter vários concertos em Portugal, como em Carrazeda de Ansiães, Fornos de Algodres, Loulé, para a celebração dos 20 anos do Festival MED, num concerto especial com um convidado de Alexandria (Egito) e em Famalicão, no festival de Metal Laurus Nobilis", enumera.

Mas o mundo continua a ser palco da banda. "De momento para o estrangeiro, além da já mencionada Turquia, iremos viajar até à República Checa, Letónia e Egito. Enquanto aguardamos novas confirmações preparamo-nos para estas aventuras".